domingo, 30 de junho de 2013

Perfeição

Ela tinha uma vida perfeita. Aos nove anos de idade, quando ainda brincava de bonecas, tinha um amigo de sua rua com quem brincava que namoravam e que iriam se casar. Quando fizeram dez anos a brincadeira passou a ser verdade e eles tinham um daqueles namoros fofos de criança. Aos doze tinham mais noção das coisas, já se beijavam e eram realmente namorados. Aos quatorze tiveram uma primeira vez perfeita. Casaram-se aos vinte e dois anos. Se formaram cada um na profissão que queriam, tinham empregos maravilhosos, filhos magníficos e...
            Você pode estar pensando agora que eu, malignamente como escritor, vou colocar um maldito acidente de carro e deixar ela paraplégica, vou deixar a filha dela louca após matar o marido dela, vou colocar um homem agressivo e drogado como amante dela, ou uma amante possessiva e psicótica para o marido dela. E eu realmente posso fazer isso. Posso colocar drogas na vida dos filhos, posso cegar a Daniela. O nome dela pode ser Fabiana. Ou Clara. Eu posso fazer da vida dela o que eu quiser. Porque eu sou o escritor aqui. Eu sou o Deus da história de Danilo. Sim, Danilo, porque eu agora resolvi que vai ser um homem. E por isso, eu vou mudar o marido Guilherme para a esposa Beatriz.
            A questão é: Eu vou fazer isso? Eu vou acabar com a perfeição da vida de Danilo e Beatriz? Em que tipo de dimensão ou universo um deus faz isso com as pessoas?
            A literatura imita a realidade. A realidade é cruel. Não precisa ser, não. Mas... me diga, se eu não for estragar de algum jeito, nem que temporariamente, você leria sobre a vida de Danilo? Não haveria história. Não haveria graça. Nem mesmo para ele.
            Nesse momento Danilo está deitado em sua cama, às cinco e cinqüenta e dois da manhã, esperando o despertador tocar às seis.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Livros que chegaram, impressão fraquinha e empolgação

Faz um tempo, eu fiz um pedido na Liro, uma editora de livros sob encomenda, do "Com Licença... Posso?". Tive alguns problemas na questão da entrega, mas hoje eles chegaram.
Eu pedi só cinco livros. O "Com Licença... Posso?" é em princípio meu primeiro livro publicado, mas eu de fato procurava mais fazer meus primeiros testes com ele do que qualquer outra coisa. Vou mantê-lo à venda na Bookess (aqui), mas dificilmente vou fazer mais pedidos. Esses cinco são mais pra "ter meu livro". Q.



Eles tem destino já, todos, desde minha mãe até... Bem, nada muito longe. Tipo, minha tia. E um pra eu guardar mesmo.

A impressão da capa ficou estranha. Ela fica muito bonita nas fotos, mas olhando de perto, parece que falta uma margem pra ela. Me lembra alguns livros que eu lia na quarta série, aqueles infanto-juvenis que tem nas bibliotecas das escolas e que você lê quando não sabe o que quer ler, sabem?

Mas eu ainda estou um pouco empolgado. Agora posso dizer que tenho um livro que eu mesmo escrevi. Q.

Ainda estou trabalhando em finalizar o Vermelho. Ele não está longe de ficar pronto, e então eu vou mandar ele pra editoras. Estou pensando em postar aqui um preview, mas como ninguém se manifestou ainda no blog, não me parece uma boa ideia ainda. Q.

É isso por hoje.

Ah, amanhã ou depois eu devo fazer a resenha de "Um Dia". Tenho tido um pouco de preguiça de ler, mas ainda é bom. Enfim... É isso.

Até~

domingo, 9 de junho de 2013

Sete Dias Mortos

Essa semana foi inútil pra mim. Tipo, mesmo, eu não lembro de ter ficado por tanto tempo TÃO ocioso alguma vez na vida.
Eu não escrevi, não postei, não pensei, não trabalhei, não estudei. Fiquei deitado na cama, fiquei olhando o tempo passar... Nem assistir alguma série eu assisti. A coisa mais produtiva que fiz foi ler "Jogador Nº 1", terça-feira, em 12 horas, e só fui fazer a resenha dele hoje. Além do mais, a resenha ficou ruim.

Ontem eu também fui assistir Faroeste Caboclo - E eu não estava lá com muito ânimo pra ver filme algum -, e ele é mesmo muito bom. Mas se eu tivesse com ânimo, talvez tivesse sido melhor.
Eu não escrevi nada, nem tive ideia alguma pro Vermelho essa semana também. Foram seis dias e doze horas no lixo. Tá legal, seis dias e dez horas, porque o filme foi legal.

Eu e um amigo tivemos ideias pra crônicas hoje. Acho que foi só hoje que eu engatei de volta em... Em qualquer ritmo na verdade. E mais ou menos ainda. Espero que amanhã eu esteja com mais ânimo, mesmo que seja segunda-feira. Eu odeio segunda-feira, mesmo que eu não esteja no momento nem trabalhando nem estudando, além de em casa. Eu gostava mais de segundas quando eu tinha aulas no ano passado.

Hoje meu irmão comprou um livro pra mim. Um Dia, que eu já queria faz um tempinho. Eu vi o teaser faz um bom tempo, bem antes de sair sequer o primeiro trailer do filme. Não lembro se o que vi foi teaser do filme ou se foi um booktrailer, porque faz muito tempo. Mas é, eu sei que é essa mesma história. Ele comprou o livro pra mim porque precisava de 70 reais e tava com uma nota de 100. Pra trocar, comprou o livro por 30 pra mim. Um amor meu irmão? Nah, ele só fez isso porque tava apressado. Capaz de ainda me cobra essa grana. Haha.

Enfim... É, é isso. Eu fiz o blog pra falar sobre minha vida como autor, mas essa semana eu não tive nem vida. Vou tentar atualizar mais sobre a história do Vermelho.

É isso por agora.
Até.

Resenha: Jogador Nº 1 - Ernest Cline

Essa última semana foi quase completamente inútil pra mim. Não escrevi, não postei, não... Bem, eu aproveitei apenas doze horas dela. E foram doze horas magníficas, lendo o livro que a Monique Portela, do Ninhada Literária, me emprestou, e se eu fosse escolher uma palavra pra definir esse livro seria essa: Imersão.



Num futuro não muito distante foi criado um jogo chamado OASIS. De início ele tinha a intenção de ser um MMORPG com o grande diferencial da realidade virtual. Um par de luvas e um visor, e você entrava no mundo de OASIS.
Grande parte da população mundial vive em uma situação extremamente precária e o OASIS já se tornou uma fuga para basicamente todos no mundo, e ele se tornou já um quase substituto da internet. Até mesmo a moeda corrente do mundo de OASIS, que é de fato gigantesco, tendo MUITOS planetas, já se tornou uma das principais moedas do planeta.
Então o criador do OASIS, James Halliday, morre. Ele viveu sua adolescência na década de 1980 e era um grande fã dessa década. Como testamento, Halliday deixa seu jogo, OASIS, para o jogador que conseguir encontrar um easter egg que ele deixou no jogo. O jogo é imenso e as pistas estão espalhadas por ele, e a chave para elas estão basicamente na vida de Halliday e em seus gostos favoritos, todos com relação a década de 80; Começa uma grande caça pelo easter egg de Halliday, em busca de sua herança.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Resenha: O Lado Bom da Vida - Matthew Quick

Nota: 7,9


Capa no Brasil



Spoilers de outros livros. Enquanto eu lia "O Lado Bom Da Vida", disse à mim mesmo que na resenha iria avisar a quem pudesse: O
 livro tem muitos spoilers de outros livros.

A primeira decepção que tive foi logo nas primeiras páginas quando Pat me contou como acaba "O Grande Gatsby". Era um livro que eu morria de vontade de ler, e ainda vou, mas agora já sei o final.
Porém, acreditem, esse foi o único ponto negativo.

Pat Peoples é viciado em exercícios. Não digo que ele todo dia sai pra correr uns dois KM e depois volta pra casa. Ele passa mais da metade do dia fazendo flexões, abdominais, levantando pesos, correndo.
O livro começa com Pat saindo do "lugar ruim", um hospital psiquiátrico, acompanhado de sua mãe, após uma temporada lá. Ele não se lembra do motivo de ter sido levado para lá e nem tem muitas memórias do lugar. Só o que sabe é que ele magoou sua esposa, Nikki, e está tentando se tornar um marido melhor para ela, para que quando o "tempo separados", como ele chama, acabe, ele seja o homem que ela queria que ele fosse. Entre as coisas que ele passa a fazer estão ler livros, já que ela é professora de inglês, os exercícios, pois ela dizia que ele estava começando a engordar e "praticar ser gentil", coisa em que, assim como os exercícios, ele dá bastante ênfase.

Pat é um otimista incorrigível. Para ele, sua vida é um filme onde no fim ele terá seu final feliz em seu reencontro com Nikki, e ele tem aversão a tudo que há de pessimista, entre eles os pensamentos de seu médico no "lugar ruim", que dizia que Nikki não voltaria para ele.