Faz mais ou menos seis anos desde que li "O Código Da Vinci", mas considerando o que lembro, imagino que Fortaleza Digital, o primeiro livro de Dan Brown, até mesmo supera a história de Robert Langdon. Não sei de quem foi a ideia de dizer que esse livro é ruim.
Alguns meses atrás eu li algo como "22 rules of storytelling, according to Pixar" e uma dessas regras, em tradução livre, era: "Coincidências para colocar seus personagens em problemas são ótimas. Coincidências para tirá-los é trapaça".
Se o livro não tivesse sido escrito em 1998 eu diria que Dan Brown leu este mesmo texto que eu. É incrível o dom que seus personagens tem de arranjarem problemas.
Dan Brown nos mostra sua hoje conhecida habilidade em grudar você em seus livros. Capítulos bastante curtos com uma história em ritmo acelerado e que fazem com que você queira ler "só mais um capítulo" toda vez que termina o anterior.
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
Foto
Passava
das duas da madrugada, ele não tinha bem certeza do horário, mas não é como se
estivesse naquele instante interessado nisso o suficiente para abaixar os olhos
e olhar para o relógio no canto direito da tela de seu computador.
Flávio
estava sentando à mesa do computador havia horas, pensando em quando o sono
venceria o tédio na luta que eles estavam travando e ele finalmente desligaria
aquela máquina e iria dormir. Naquele momento ele estava fechando o último
vídeo sobre skate que veria naquela madrugada. Algo um pouco mórbido envolvendo
quedas que causavam ferimentos feios e que as vezes matavam; em três anos praticando longboard
jamais havia presenciado nada tão grave de perto. Alguns ossos quebrados ele já havia
visto, alguns ralados complicados que ardiam por dias ele já havia sentido nas
próprias costas, daquele tipo de ralado que vai do meio das costas até uma das nádegas, e que deixa bastante complicado ficar em qualquer posição que não em pé
nos primeiros dias.
Mas
naquela hora não havia ralados, cortes, ossos, nenhum ferimento presente por
ali além dos que estavam no vídeo que ele fechava. Por fim ele ficou interessado
no horário e passou os olhos pelo relógio. Ele clicou na aba do navegador que
levava ao facebook e olhou para o relógio novamente – não havia de fato
prestado atenção na hora na primeira vez que olhara –. Duas e sete da manhã. Ele
suspirou, sentindo que o sono estava prestes a começar a virar a batalha e que
logo outra começaria, a que envolvia o sono e a preguiça de tomar banho antes
de dormir, esta uma batalha bem mais rápida de se resolver.
Ele
decidiu que só ia dar uma olhada no que havia de novo no facebook – como se
muita gente tivesse o incrível costume de postar dezenas de artigos
interessantes naquele horário – e que finalmente iria tomar banho. Ou dormir
direto, dependendo da preguiça no momento em que chegasse à porta do banheiro.
Ele
girou a pequena rodinha que ficava entre os dois botões de seu mouse uma vez e
não viu nada de interessante. Girou a rodinha uma segunda vez e logo posts que
ele já havia visto surgiram. Ele suspirou. Dentro de sua mente o tédio estava
ao chão e o sono segurava a espada, olhando para o imperador que iria apontar
seu polegar para cima ou para baixo, decidindo se a espada se sujaria naquela
noite.
Flávio
clicou em “Página Inicial” uma última vez, apenas por costume, e antes da
página carregar ele já estava com o mouse em cima da palavra “sair”, mas ele
não clicou.
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