Pode-se
dizer que o segundo livro sobre a vida de Tito Tassus começou a me surpreender
assim que pus os olhos nele. Bem mais curto do que seu irmão mais velho Vitrine
de Sonhos, Monólogos de Menino é de certa forma o oposto do primeiro. Diferente
do anterior, os detalhes, agora, são deixados de lado. O livro me deu a
impressão de diário. Um diário extremamente espaçado, é claro.
Cada
capítulo – pouquíssimos deles com mais de duas páginas – começa com uma data,
que vai de vinte e sete de setembro de 2005 até seis de setembro e 2007. Ao
longo destes dois anos, acompanhamentos os pensamentos e sentimentos de Tito,
tudo bastante confuso, como algo escrito para si mesmo, algo que você acredita
que vai entender com perfeição quando ler novamente. Tito nos mostra em seu
“diário” como anda sua vida, como ele se sente depois de muita coisa ter
acontecido, ele nos mostra seu mundo imaginário e como imagina o mundo nosso
mundo. É bonito. Eu gostei bastante, principalmente, das pequenas conversas de
Tito com o leitor e provavelmente com o próprio escritor. No primeiro livro, quando
Tito falava para quem lia, o que eu via eram pensamentos que o autor queria
imprimir no personagem. Já neste livro, quando Tito fala, eu vejo um personagem
falando com seu criador e suas testemunhas.
Não existe história dessa vez. Existe no primeiro livro, mas aqui não. Nada explícito, ao menos. Novamente
é um livro muito reflexivo. Difícil de falar sobre ele. Eu imagino que ele seja
composto de fragmentos do diário do personagem do primeiro livro, tentando nos
contar sobre uma época em que pouco acontece, mas muito se cresce. Eu vou logo
começar o terceiro e último livro da trilogia de Tassus. De acordo com o autor,
eu provavelmente vou gostar bastante do livro.
Ficou uma resenha bem curtinha essa daqui, não é?
Páginas: 95
Editora: InVerso
ISBN: 978-85-62266-24-9