Tito Tassus resolve escrever sua própria vida. Ele abandona
os medos. Abandona os sonhos. Apenas usando de suas incríveis memórias e sua
imaginação voluptuosa, Tito Tassus resolve escrever sua própria vida.
Tito Tassus enfrenta um problema. Ele não sabe como começar
a escrever. Ele não tem a inspiração necessária para isso. Ele acaba de se
formar como publicitário, está desempregado e não sabe como começar seu livro.
Então Tito Tassus conhece Maria Eduarda.
A história se desenrola para o relacionamento de Tito Tassus
(sim, ele sempre se apresenta com o nome inteiro) e Maria Eduarda, que se
inicia depois de três encontros que parecem ter sido obra do destino, e como a garota inspira nosso herói. É uma
história bonitinha. Mas não é sobre ela que o livro fala. Ao menos, não só
sobre ela.
Vitrine de Sonhos não é um livro que eu normalmente leria.
Não fosse indicação (e obra) de um de meus professores favoritos (blog aqui), eu
provavelmente leria sua sinopse e passaria para o próximo. Vitrine de Sonhos é
um livro sobre a vida, sobre sentimentos, sobre como um garoto que acaba de
sair da faculdade enfrenta o mundo a sua volta, e sobre como o mundo se mostra
para ele. É um livro onde muito acontece e pouco se mostra. É um dos livros
mais reflexivos que já li.
Eu me identifiquei pouco com Tito Tassus. Apesar de ambos
termos pretensões literárias (e do fato de Tassus ter me ajudado a finalizar
meu próprio livro, valeu cara), eu o vi como uma criança aprendendo a viver. Eu
achei um pouco de graça pelo fato de eu ter me identificado com ele, nos pontos
sentimentais, de uma maneira muito menos... Óbvia. Eu passei, sentimentalmente,
por muito do que Tito também passa nesse livro, mas de maneira muito mais
acelerada. O que atingiu Tito por mais de um mês, comigo durou talvez dois
dias. Mal tive tempo de sentir. Talvez fosse porque eu tinha lá meus quatorze
anos de idade.
Fora do lado sentimental eu me identifiquei mais com o
garoto. O livro tem aquele toque de primeiros trabalhos literários. Ele entrega
pensamentos do autor (passados ao personagem) de bandeja pra você. Não é sutil.
É na cara dura. De repente abrem-se aspas e “eu penso desse jeito”. Eu gostei
disso, porque posso dizer agora que conheci melhor meu professor quando ele
tinha mais ou menos minha idade, e gostei do jeito dele pensar.
Apesar de não estar entre meus livros favoritos pelo que
está escrito, Vitrine de Sonhos com certeza está entre meus livros favoritos
pelo que não está. Pelo que entendo que representa. Estou bastante ansioso para
ler os próximos dois. E eu preciso dar um grande destaque para o último
capítulo. Ele é incrível.
Páginas: 445
Editora: Inverso
ISBN: 978-85-62266-06-5
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